Quando se pensa nos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos, se pensa no número de títulos de campeão mundial ou de vitórias em grandes prêmios. Mas essa estatística é incorreta, porque na década de 50 tinha 8 GPs por ano, e hoje é quase o triplo disso. Já Senna e Schumacher, quando tivessem um carro vencedor, tinham chance de vencer mais corridas que Juan Manuel Fangio. E Lewis Hamilton, ainda que as apostas online o coloquem sempre como favorito pelo fato de ter o melhor carro, tem essa tarefa ainda mais facilitada, pois disputa 21 corridas por ano, contra as 16 de Senna.
Vamos então analisar os resultados de forma mais justa: em porcentagem. Qual a maior porcentagem de vitórias em grandes prêmios, relativa ao número de corridas realmente disputadas? Veja em seguida e note que só estão incluídos pilotos com cinco ou mais vitórias.
Damon Hill: 19,13%
É sem dúvida o piloto de menor categoria dessa lista. Mas tem seu mérito, como a mídia inglesa sempre refere, por seu caráter determinado e por sua persistência. Sua nacionalidade o ajudou a conseguir um lugar na melhor equipe da década de 90, mas ele acabou por aproveitar sua grande oportunidade, em 1996 quando foi campeão. E até conseguiu vencer um grande prêmio depois disso, com a Jordan (Bélgica 1998).
Sebastian Vettel: 22,27%
A porcentagem de vitórias do tetracampeão era bem mais alta no final de 2013. Agora, ele está lutando junto com a Ferrari para se manter ao mais alto nível. Será que em 2020 consegue inverter a tendência? Com 235 Grande Prêmio disputados, ele subiu ao pódio 118 vezes, vencendo 53 vezes.
Ayrton Senna: 25,47%
Nosso tricampeão não podia falhar aqui, até porque ele também venceu provas todos os anos entre 1985 e 1993. Senna disputou 162 GPs e venceu 41 vezes.
Alain Prost: 25,63%
Entre 1981 e 1993, só por três vezes o francês esteve completamente afastado de lutar pelo título. Isso significa que era sempre possível contar com Prost para vencer uma corrida. Ele venceu pelo menos um grande prêmio por ano entre 1981 e 1990. Ele disputou 202 corridas e venceu 51 delas.
Jackie Stewart: 27,27%
A classe do tricampeão escocês, que “sucedeu” a Jim Clark, lhe garantiu um lugar no panteão dos melhores. Dos 99 GPs disputados, subiu no pódio 43 vezes, e dessas 27 vezes no posto mais alto.
Michael Schumacher: 29,64%
O heptacampeão alemão estaria mais acima nessa tabela, se não fosse por suas três temporadas menos vencedoras na Mercedes, entre 2010 e 2012. Ainda assim, há muitas décadas que não víamos um cara de 43 anos fazendo a volta mais rápida na qualificativa de Mônaco, como ele fez em 2012.
Lewis Hamilton: 33,47%
Seus críticos dizem que sempre teve carros vencedores desde que chegou na Fórmula 1. Talvez, mas o que importa é concretizar as oportunidades que surgem. Dos 247 GPs disputados, subiu 150 vezes no pódio.
Jim Clark: 34,72%
Vai saindo da memória, mas dizem os especialistas que o bicampeão escocês da década de 60 tem lugar garantido em qualquer lista com os 5 melhores de sempre. Sua temporada de 1965 é a melhor que algum piloto alguma vez conseguiu.
Alberto Ascari: 40,63%
O último campeão italiano beneficiou de uma situação técnica muito favorável, semelhante a Mercedes na atualidade. Por duas épocas (1952 e 53), a Ferrari era a única equipe com hipóteses reais de vencer o título. Ascari concretizou – e sua morte prematura, num acidente em 1955, ajudou a conservar sua elevada porcentagem de vitórias. Das 33 corridas disputadas, venceu 13.
Juan Manuel Fangio: 47,06%
Se tivesse apostas esportivas online nos anos 50, ninguém tentaria apostar contra o “padrinho do esporte”, como Hamilton lhe chamou. O pentacampeão argentinou ganhou quase metade das corridas em que entrou! Foram 52 GPs disputados entre 1950 e 1958, 24 vitórias e 5 titulos de piloto por 4 equipes diferentes.